segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Beleza

Quanta beleza há no mundo
E todas me aguçam o desejo
E este me enferma a alma
Já que telas eu não posso
Quando posso é fração
Ou até vezes momento

Quanta maravilha eu vejo
Que observo com desígnio
Mas que delas nem sobras tenho
Só o deleite dos meus olhos
Que se transforma em fel
E o amargo é o que fica

Quanta volúpia ofertada
Explicitamente alheia
Confrontando a realidade
Realidade que é vontade
Vontade que nunca acaba
E sempre vira tormento
Tormento que vira ópio
Ópio que entorpece a alma
Explode, dói, contrai, transborda
E tudo se converte em nada
Pois meu gozo é fantasia

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